Um imperador, escravos, presidentes, imigrantes alemães, refugiados cubanos e até mesmo um papa: todos foram seduzidos pelos charutos baianos.
Na cidade de São Félix, o Centro Cultural Dannemann, instalado num prédio do século XIX, é uma espécie de showroom do charuto baiano moderno. Mulheres vestidas com saias coloridas fabricam o tabaco diante dos turistas, muitos dos quais estrangeiros.

O fumo, designado no Brasil por mata-fina-bahia-brasil (Nicotiana tabacum), é um tabaco escuro destinado à fabricação de charutos e é exportado para várias partes do planeta. A sua história começou no período da escravatura, foi afectada por duas guerras e contribuiu para a afirmação e independência da mulher no estado da Bahia. Gerou fortunas e disputas familiares – uma traição, aliás, quase levou um brasileiro a cair nas mãos dos nazistas. A sua história é tão importante que aparece no brasão da República* – o tabaco está lá, florido, do lado esquerdo, formando uma coroa juntamente com um ramo de café frutificado, sobre um esplendor de ouro.
Em Cuba, pátria mundial dos grandes charutos, a maioria dos trabalhadores é masculina. No Brasil, porém, impera a mão-de-obra feminina. “Empregamos uma proporção de dez mulheres para um homem”, conta Marcos Augusto Souza, diretor do Sindicato da Indústria do Tabaco no estado da Bahia.
Conheça um pouco mais dessa belíssima história do tabaco no Brasil em uma reportagem de Marcio Pimenta para o National Geographic Portugal: leia matéria completa neste link.
* Conforme observado pelo nosso confrade Luciano Alves Teixeira, o ramo de tabaco foi introduzido desde o Império do Brasil, ao ladear as Armas Imperiais.
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